ADEUS
Adeus minha casinha
Onde tantas alegrias vivi...
Não te verei mais, mas sempre serás minha,
Porque os que vierem não te sentirão como eu senti...
Foste a minha melhor sombra ao tórrido calor,
O meu melhor aconchego em noites de paz,
E, agora, na guerra que me traz a dor,
Resta-me um breve aceno que em lágrimas se desfaz...
.
Nunca mais te verei... Isso é o que mais me dói!
Pressentindo o temor do que pela frente vem,
De uma guerra insana sem sequer um herói,
Resta-me a esperança de seres cuidada por alguém...
.
Na doce penumbra do meu sonho ido,
Nos meus Açores, entre alterosas águas,
Ao recordar o teu jardim florido,
Sonhar-te-ei sempre linda, sem mágoas!
Lúcio Huambo
Blumenau, 02/09/08
5 comentários:
Lúcio,
Apenas nostalgia ou algo de anormal se passa contigo?
Encontro nos teus últimos escritos um texto que não é o habitual. Falei com a São e decidi mandar-te esta pequena prosa. Podes responder-me?
Olá, Meu Nobre Conterrâneo Mesumajikuka.
Um dia destes te mando um e-mail diretamente, para trocarmos umas ideias sobre a nossa Boa Terra.
Realmente, a saudade assalta a nossa mente frequentemente, mas dela procuro extrair energia positiva para vislumbrar um futuro melhor.
No poema "Adeus" eu procurei incorporar o que o casal de velhinhos aposentados sentiu e verbalizou, quando dentro do meu carro eu iniciei a viagem que os levei a Nova Lisboa, para tomarem a ponte aérea no regresso indesejado às Ilhas do Mar Poente, onde viram a luz do dia pela primeira vez...
Um abraço,
Lúcio
Não sei se sabes que conheci a Maria de Lourdes e o José “Cambra” desde criança, temos a mesma raiz – Santo António de S. Jorge.
Foi com muita emoção que li este poema a eles dedicado. Não me esqueço da malandrice que nos fazia ao cumprimentar, magoando a nossa mão com o coto do seu polegar.
Abração Henrique
Venho aqui emocionar-me...
Conheço e reconheço a estrada que abre o teu blog. Tenjo rolado sobre ela em companhia de meu marido (Canhanga). Chamam-na agora EN210. A que me tem levado de Luanda ao Kuito (Silva Porto) passando pelo Huambo (Nova Lisboa). E a Quibala tem sido nossa paragem obrigatória, depois da Aldeia de Pedra Escrita (Municipio do Libolo)onde o Canhanga visita a mãe. Na Quibala tem os irmãos mais velhos.
Um abraço, Lúcio.
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