Um grande abraço do Kabiá-Kabiaka.
sexta-feira, maio 01, 2009
FOME COM DATA MARCADA OU SÓ UMA DESCOBERTA PARA PENSAR
Cientistas das Universidades do Arizona e do Texas trouxeram recentemente ao nosso conhecimento que a África Subsaariana tem experimentado, nos últimos três milênios, períodos de grandes secas, que se repetem a intervalos de 30 a 65 anos.
A última destas secas ocorreu precisamente entre 1972 e 1984, responsável por 750 mil pessoas flageladas, com 100 mil mortes, em três países onde foram registradas estatísticas confiáveis: Mali, Níger e Mauritânia. Eu lembro-me que em Angola, de 1972 a 1974, havia notícias sobre seca prolongada nas terras do sul, onde a população ainda se dedica mais à criação de gado.
A nova tragédia está prevista para 2030, aproximadamente, prevendo-se efeitos bastante devastadores, dada a situação de penúria da maioria dos povos em alguns países, onde 70% da população vivem com menos de dois dólares por dia, apesar de certa abundância de recursos naturais. Aliás, o ano de 2030, também, é profetizado como o limiar do esgotamento das jazidas de petróleo, o que será catastrófico para os países exploradores que não têm aproveitado a bênção dessa riqueza para investir no desenvolvimento auto-sustentável através de educação, saúde e segurança para todos.
Os pesquisadores americanos ainda concluíram que algumas secas subsaarianas chegaram a durar séculos, como a que ocorreu entre 1400 e 1750. Por isso, atendendo a esse dado do passado e se as previsões sobre o aquecimento global se confirmarem, os pesquisadores avaliam que a seca estimada para 2030 será mais devastadora do que nunca. O Prof. Jonathan Overpeck, da Universidade do Arizona, um dos chefes da equipe de pesquisa, chegou a dizer à imprensa: "Por causa de uma série de fatores, e um deles é o aquecimento global, não conseguimos predizer a extensão do próximo período de seca, mas sabemos que ela será muito mais severa que as anteriores".
As secas na África Subsaariana costumarem ser particularmente catastróficas porque as populações locais vivem da agricultura de subsistência, para a qual um pequeno atraso nos períodos de chuva já ser indutor de fome certa, por isso, seria bom que os governantes fossem já pensando nas medidas preventivas contra a catástrofe anunciada. Quanto à nossa querida Angola, só nos resta dizer: “depois de uma guerra de mais de 40 anos, só nos faltava esta!”.
Um grande abraço do Kabiá-Kabiaka.
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