quarta-feira, janeiro 30, 2013
O MAIOR PODER
Sempre me encantei com as
fábulas africanas, que ouvia atentamente na minha infância de Angola, pois
continham ensinamentos muito positivos para a vida.
Aliás, os africanos cultivam
a arte de contar e ouvir histórias, dizendo-se até que a tribo nômade dos
bosquímanos do sul de Angola e deserto do Kalahari têm o hábito de contar duas
ou três histórias ao mesmo tempo, durante o dia, enquanto saem para caçar, e só
fazem o encerramento delas quando param, ao fim da tarde, no local que escolhem
para pernoitar.
Uma das fábulas angolanas
mais conhecidas é a que se narra a seguir:
O LEÃO E O COELHO
O leão gostava de uma moça
muito bonita e foi falar com os pais dela para obter permissão para desposá-la.
Os pais concordaram com o
namoro e o casamento, mas pediram ao rei da selva um dote ou “alambamento” de dois coelhinhos. O leão
prontamente concordou com a exigência dos potenciais sogros.
Regressado às bases do seu
território dominante, o leão encontrou dois coelhinhos desavisadamente a
brincar sozinhos fora da sua toca. Atraiu-os ardilosamente e confinou-os numa
sacola.
Enquanto se dirigia para
casa dos futuros sogros, no caminho encontrou o coelho, e convidou-o para
ajudar a carregar a sacola com o dote. O coelho aceitou a convite.
Durante a viagem, o coelho
engendrou um estratagema para averiguar o que o Rei dos animais levava na sacola.
Então, fez um pedido ao Rei dos animais:
-Senhor leão, preciso ir ali
ao mato fazer as minhas necessidades.
-Vai lá! Acedeu o leão.
O coelho aproveitou-se da
ocasião e espreitou o que estava dentro da sacola. Ficou surpreso e consternado
de ver os seus dois filhos lá dentro.
Assim, decidiu vingar-se. Depois
de tirar os dois coelhinhos, encheu o saco com um enxame de abelhas. Chegados a
casa dos seus futuros sogros, o leão disse ao coelho:
-Amigo, podias sair um instante para eu tratar
de uns assuntos particulares com estes senhores.
-Com certeza, senhor leão,
eu saio, mas não será melhor fechar bem a porta e até amarrá-la para que eu não
tenha possibilidade de ouvir uma conversa tão sigilosa?
O leão aceitou a sugestão do
coelho que amarrou a porta por fora com cordas muito fortes. Quando o Rei da
Selva abriu o saco, para que os futuros sogros vissem os dois coelhinhos, as
abelhas começaram a ferroar todos os que se encontravam dentro da casa. Ao
ouvir os urros e gritos que vinham de dentro, o coelho regressou apressadamente
à sua toca, bem contente com os seus filhotes sãos e salvos.
MORAL DA HISTÓRIA: Quando
te sentires ameaçado por quem está numa situação aparente de maior força, lembra-te
que sempre é vitorioso quem faz uso
sábio e eficaz do maior poder que é a inteligência!
Um grande abraço do
Kabiá-Kabiaka.sexta-feira, janeiro 11, 2013
ACONCHEGO
Este
aconchego
em
que, num apertado abraço,
me
achego,
é
o amor que te devolvo
no
meu forte aperto
feito
um nó cego.
É
o calor ardente
que
o suave passear
das
pontas dos meus dedos sente.
É
o ofegante sussurrar,
quase
silente,
que
o ouvido da noite pressente.
Enfim,
é
o teu grito
de
ovação
em
que me aturdi
na
minha explosão
dentro
de ti...
Lúcio
Huambo
Blumenau,
29/12/2012
“Eu quero mesmo é ficar em casa
no aconchego das curvas de teu violão,
beijando essa boca fresca de hortelã,
quarando a madrugada pra te consumir”.
no aconchego das curvas de teu violão,
beijando essa boca fresca de hortelã,
quarando a madrugada pra te consumir”.
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